Serginho: "Na guerra, um joelho não faz falta"






Ricardo Corrêa (de Pequim)
SUSTO
Giba tenta ajudar Serginho após a queda

O jogador Serginho deu e levou um grande susto na partida em que o Brasil venceu a Alemanha por 3 a 0 (parciais de 25/22, 25/21 e 25/23), pelo torneio de vôlei. No segundo set, quando o Brasil liderava no placar por 13/10, o líbero se jogou sobre as placas com o símbolo dos Jogos Olímpicos, que cercam a quadra, para salvar uma bola que ia para fora após explodir na recepção da defesa brasileira.

Ele até conseguiu chegar na bola. Deu um chute que a mandou para a arquibancada, caindo em seguida. Imediatamente, Bernardinho e os companheiros de equipe -- os jogadores que estavam em quadra e até os reservas --, correram até ele. Giba, o primeiro a chegar, gritava por socorro para os enfermeiros de plantão no fundo da quadra, do lado oposto.
Tudo não passou de um grande susto. Serginho voltou para o jogo logo em seguida, ovacionado pela torcida.

"Na hora em que corri, não vi o banco atrás da placa. Assustamos porque foi o joelho que eu operei no ano passado (o esquerdo). Minha perna não segurou o peso do corpo", explicou o jogador. Questionado por um dos jornalistas se teria valido a pena correr o risco de salvar uma bola perigosa como esta em um jogo tranqüilo, ele respondeu: "Meu amigo, pra quem está na guerra, um joelho só não vai fazer falta não. É aquele negócio, vou na bola e todo mundo reclama. Se não vou, eles reclamam também", disse, entre risos.

Para o técnico Bernardinho, Serginho fez o que tinha de ser feito. "A bola era claramente perdida para nós, mas para ele não. Se eu falar pra ele que não vai dar, ele vai responder que não tentou e se não tentou, não sabe se dá ou não. Não posso falar para o cara contrariar a natureza dele", disse o treinador.

No final da partida, o líbero foi bastante assediado por torcedores brasileiros que estavam no Ginásio do Instituto de Tecnologia de Pequim. Um deles insistia para que o jogador lhe desse algo que pudesse guardar de lembrança. O torcedor perguntou: " Serginho, dá sua camisa?", Serginho respondeu, entre risos: "Não posso. Se eu der a camisa, vou jogar pelado e a mulherada não vai agüentar". Depois de insistir muito por vários itens do vestiário do líbero, o torcedor gritou: "Então dá a meia!". O jogador, muito bem-humorado, disse que não poderia por causa do chulé.

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