Entrevista do Sergiho ao Terra depois da Copa do Mundo






A Seleção Brasileira masculina de vôlei fez uma Copa do Mundo com altos e baixos, em que teve que lidar com erros e uma desgastante maratona de jogos. Houve, porém, um porto seguro para o Brasil. O líbero Serginho foi o atleta mais regular da equipe, demonstrando fôlego e boa capacidade física. Ao final da competição, foi recompensado com o prêmio de melhor recepção do torneio.

O Terra conversou com Serginho no Japão, e ouviu do veterano os segredos para que tenha disputado sua terceira Copa do Mundo em alto nível e seus planos (ou ausência de) para o futuro. "Quero jogar até quando me der prazer. Sempre falo que o objetivo de amanhã é conseguir treinar. Estou aqui e quero fazer meu papel bem do mesmo jeito que fiz durante todos esses anos", disse.

O líbero ainda comentou sobre sua relação com o técnico Bernardinho, que ganhou destaque no Brasil após os dois discutirem na vitória sobre a Argentina por 3 sets a 0. Serginho destacou o bom convívio e citou que tem no treinador um pai. Confira a seguir mais sobre o dono da melhor recepção da Copa do Mundo de 2011.

Terra - Qual é sua análise do desempenho da Seleção Brasileira na Copa do Mundo? Não veio título, mas veio a vaga. A missão foi cumprida?
Serginho - Missão cumprida, mas sabemos que temos que melhorar em alguns aspectos que pecamos na competição. Não jogamos como jogamos em outros campeonatos, como as últimas duas Copas. Mas missão dada é missão cumprida. Conseguimos a vaga e isso que é importante. Agora é pensar na Superliga. Estamos em Londres e isso é o que importa.

Terra - E o que achou do seu próprio desempenho?
Serginho - Estou feliz. Fiz uma boa Copa do Mundo. Terminei em segundo como melhor líbero, mas está bom. Melhor até não ganhar, já venci em 2003 e 2007. Saí com outro prêmio e fico feliz, mas mais feliz com o passaporte carimbado para Londres.

Terra - Como um dos mais veteranos da Seleção, você chega a passar informações para os atletas mais novos da equipe?
Serginho - Os jogadores mais novos já têm uma certa bagagem. A maioria foi campeão mundial na Itália, já ganharam Liga Mundial, então passo muita pouca coisa. Às vezes passo alguma tranquilidade dentro da quadra, uma informação ou outra. Eles são novos, mas já bem rodados no cenário mundial.

Terra - Você está com 36 anos, mas ainda jogando em alto nível. Pensa em atuar na Seleção por mais quanto tempo?
Serginho - Eu não faço planos. Quero jogar até quando me der prazer. Sempre falo que o objetivo de amanhã é conseguir treinar. Não que eu queria sair da Seleção, ficar seis, sete anos. Estou aqui e quero fazer meu papel bem do mesmo jeito que fiz durante todos esses anos. Quando eu sair quero deixar o lugar para outro que esteja preparado para dar continuidade, porque a Seleção Brasileira hoje ganhou um favoritismo muito grande pelos resultados que conquistou. Essa molecada nova que está vindo são pedras preciosas que precisam ser lapidadas, que serão com o passar do tempo, do mesmo jeito que eu fui.

Terra - Sua discussão com o Bernardinho durante a partida contra a Argentina ganhou vasta repercussão no Brasil. Como é sua relação com o técnico?
Serginho - Minha relação com o Bernardo é como de pai para filho. Eu tenho um carinho muito grande pelo profissional e pela pessoa. Essa discussão com ele é normal. Quase todos já discutimos, é normal. Gustavo já discutiu com o Bernardo, Murilo, Giba. Naquele dia fui eu para ver se o time acordava naquele momento. É normal. Meu respeito e carinho pelo Bernardo vão continuar sempre. Até porque, durante anos ganhamos meio que na loucura. É a forma que a Seleção joga. Brigamos, mas de um jeito de querer bem o companheiro, sem quer atrapalhar. Até por isso que ganharmos da Argentina. E o carinho que tenho pelo Bernardo é mútuo e vai além do voleibol. Não fica só na quadra.

Terra - É a terceira Copa do Mundo seguida em que você conquista um prêmio individual. Como fazer para manter as boas atuações no time titular da Seleção?
Serginho - É o trabalho sério, o trabalho duro. Tento manter meu nível sempre alto.

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