O líbero Escadinha, que neste domingo conquistou pelo Sesi o título da Superliga, revelou um desejo: vestir a camisa do Corinthians, seu clube do coração. Mas o jogador reconhece ser difícil a aparição no vôlei de novas equipes de futebol, como o Sada Cruzeiro, atual vice-campeão do torneio. Para Escadinha, os esportes possuem características diferentes, o que dificulta esta aparição.
"Sinceramente, meu sonho é jogar pelo Corinthians, vestir a camisa do Corinthians, mas a gente sabe que torcida de futebol é muito diferente de torcida de voleibol", disse Escadinha, corintiano assumido e que vai aos estádios de futebol com frequência assistir aos jogos, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
O Sada Cruzeiro foi o primeiro time de futebol a chegar à final da Superliga Masculina de vôlei. Empurrado pelo seu torcedor, com um gás da torcida vinda dos estádios, a equipe só não conseguiu fazer frente ao Sesi na final. Mesmo com um Mineirinho lotado, o Cruzeiro perdeu por 3 a 1.
A participação da torcida cruzeirense na Superliga teve uma grande polêmica. Na primeira partida da semifinal da Superliga, contra o Vôlei Futuro, os torcedores se manifestaram de forma homofóbica com o meio de rede, Michael, que posteriormente assumiu ser homossexual.
A atitude dos cruzeirenses gerou protesto de Michael, que criticou a atuação da torcida e o forte preconceito que enfrentou, assumindo sua condição de homossexual. O Vôlei Futuro saiu em defesa de seu jogador e uma troca de comunicados e críticas entre as equipes teve início. O caso foi parar no STJD. A decisão de multar em R$ 50 mil o time mineiro foi tomada dois dias antes do terceiro jogo, em julgamento realizado na Confederação Brasileira de Vôlei. O clube mineiro poderia pagar até R$ 100 mil. A decisão desagradou o Vôlei Futuro que cobrava punição mais severa.
Na final da Superliga, disputada no Mineirinho e que contou com quase 18 mil torcedores, em sua grande maioria do Cruzeiro, Escadinha elogiou a participação vinda da arquibancada. "Lógico que a equipe do Cruzeiro é organizada, a torcida deu um show, com certeza ficaria mais bonito o espetáculo", destacou.
Porém, o experiente jogador pede calma quanto a possível aparição de novos times de futebol na Superliga. "Tem de ter cautela, vôlei é diferente de futebol, não digo que não dá certo, mas as torcida precisam se respeitar, respeitar as pessoas. A torcida do Cruzeiro deu um espetáculo hoje, respeitando a gente, torcendo com respeito, com educação e é assim que tem de ser", afirmou Escadinha.
Preocupada com isso, o presidente da CBV, Ary Graça, revelou que a confederação vai criar uma comissão para estudar a chegada de clubes de futebol à Superliga. "Todo clube de futebol é benvindo ao vôlei, mas eles têm de respeitar tudo isso. Preciso que respeitem o regulamento e principalmente o nosso público", disse o dirigente.
Escadinha comemora o título e parabeniza o Sesi pelo projeto realizado no vôlei masculino. "Dois anos de projeto, com grande investimento, o Sesi chega ao título da Superliga, o investimento foi alto, não é fácil, o Sesi está de parabéns, foi líder de ponta a ponta. Só quem fez parte do projeto sabe como foi, treinos, viagens, lesões, muitas dificuldades. Estamos de parabéns, tudo isso valoriza esta conquista importante", disse o líbero, que fez questão de elogiar o técnico.
"Giovane é um líder, dentro da quadra, fora da quadra, ele merece, ganhou como jogador, ganhou agora como treinador, é um cara diferenciado, grande treinador, o Sesi está de parabéns por ter investido como investiu, investe na educação, não apenas no esporte e tem um treinador diferenciado", finalizou Escadinha, que conquistou o seu primeiro título da Superliga.
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